Milo Greene - 1957


Ela era nada e tudo para mim.Nada que se espera de uma mulher normal,tudo que se espera de uma mulher perfeita.Não tão alta,não tão baixa.Seu cabelo era rosa as vezes,e castanho escuro sempre.Mas seus olhos verdes nunca alteravam de cor.Era a ladra com menos problemas na hora do furto,e o ser humano mais silenciosamente escandaloso do outro lado da rua.Por onde ela passava,seu brilho contagiava o ar e as pessoas sorriam para ela.Ou era ela quem sorria para as pessoas?Bem,acho que nunca vou realmente saber,pois sempre estava ansiando por juntar nossas mãos e nunca mais soltar.
No mesmo dia em que nos encontramos,nos separamos.
Minha casa era suficiente para abrigar ela,eu e mais meia dúzia de crianças piolhentas e de cabelo rosa.O lago esplendoroso e pacífico em frente à grama e o barro era ...bem,era esplendoroso e pacífico.Decoramos e marcamos cada parte da casa,e depois fomos nadar.Sim,nadar.
Desesperados por uma aventura não tão louca,por um sonho que realmente era a realidade naquele instante.Primeiro sua blusa,minha blusa;sua calça,seu sapato;minha calça,meu sapato.Pulamos naquele escuro e gelado mar parado e ,depois do primeiro mergulho,eu entendi tudo.
Ela era nada e tudo para mim.Nada que podia realmente existir,tudo que eu nunca poderia ter.

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